terça-feira, 27 de maio de 2014

Jovens se preparam para ter uma nova rotina

Pré intercambistas estão prestes a viver uma nova cultura e a realização de um sonho.

Na véspera do tão esperado intercâmbio, eles que são recém-formados, estão de partida para outro país. Uns vão para dar continuidade nos estudos, sendo uma pós-graduação ou algum curso que complemente o conhecimento. Já outros vão à procura de emprego, viver numa cultura diferente e quem sabe até formar uma vida lá fora. Mas, afinal, o que espera um pré intercambista? Prestes a realizar um sonho, conversamos com alguns jovens para saber o que eles almejam da tão esperada viagem.
Felippe Passos, 25 anos, acabou de se formar no curso de Engenharia de Controle e Automação pela UNESP de Sorocaba. A duas semanas de ficar um ano em Dublin, na Irlanda, Felippe procura aperfeiçoar o inglês, tentar uma vaga em alguma universidade para realizar sua pós-graduação e também conciliar um trabalho para um ganho extra. Já encaminhado, fez contato direto com a escola de inglês e garantiu uma semana de hospedagem, tempo que considera necessário até arrumar um local efetivo durante a estadia. Questionado sobre os planos logo que chegar à Irlanda, Felippe responde: “Meus planos são: pegar a certificação, conseguir um emprego para ter mais contato com os irlandeses, de forma a fixar bem o conhecimento, tentar uma vaga na área de engenharia, para conhecer as atividades de uma mesma área, porém em um país desenvolvido.” E confessa: 

“O medo de deixar toda a rotina que possuo, amigos, familiares e meu relacionamento é o que mais temo, justamente por estar acostumado a tudo isso e por me fazer muito bem. Além disso, tem toda a questão da adaptação, dos costumes completamente diferentes, condições climáticas, mas, por outro lado, tudo isso acaba vindo como motivação para lutar muito e aproveitar ao máximo todas as oportunidades que tiver na Irlanda.”

O que para alguns é euforia, para outros já acabou virando uma ‘rotina’. Aos 27 anos e prestes ao seu 4° intercâmbio, Rodolfo Diniz, também formado em Engenharia de Controle e Automação, se prepara para passar pelos menos cinco meses entre França e Luxemburgo.  Indo por intermédio de uma multinacional na qual trabalha, Rodolfo já tem as hospedagens garantidas. “Quero melhorar as minhas habilidades no meu ramo de trabalho, meus idiomas (francês, inglês e alemão) e aprender mais sobre a cultura européia.” – frisa ele.
Partindo para outro continente, Vinicius Dadalto, 23 anos, passará apena três meses em Sheridan, estado de Wyoming, noroeste dos EUA. “Por ser um tempo curto, acredito que não terei muito problema com a distância a respeito de meus amigos e familiares. Estou muito empolgado com a ideia de conhecer outro país, então mal posso esperar.” Vinicius está indo pelo programa Work and Travel para trabalhar numa rede de fast-food como crew member. Fez contato direto com o contratatante, porém o modelo de intercâmbio que irá fazer exige a intermediação de uma agência especializada.
O Canadá também tem seus atrativos para os intercambistas. Prestes a passar seis meses em London, no Canadá, Marcos Paulo, 26 anos, pretende aperfeiçoar seu inglês e trabalhar durante o período noturno em restaurantes. Formado em engenharia ambiental, Marcos irá por intermédio de uma agência de intercâmbios e se hospedará na casa de um amigo que vive na cidade há oito anos.
Já há nove meses em Fayetteville, no estado do Arkansas - EUA, Eduardo Felipe, de 21 anos, já se considera um quase americano. 

“Eu moro dentro do campus, então estou perto de tudo dentro da universidade e das principais ruas da cidade, ando muito e quando preciso ir para shopping, supermercado ou outros lugares vou de ônibus, aqui é de graça.” 

Eduardo foi pelo programa Ciências sem Fronteiras, projeto do conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. Prestes a voltar ao Brasil, ele hoje sente seu inglês bem mais fluente, conseguindo se comunicar perfeitamente com os americanos e também fala sobre o método de ensino dos americanos: “Acho o método deles muito mais prático e menos burocrático que o nosso no Brasil, pelo menos em Ciência da Computação.” E complementa: “Também acho que para o meu currículo vai ser muito importante quando alguém olhar que estudei por um ano em uma universidade americana”.
O que se pode perceber é que todos os jovens acabam buscando o mesmo foco no intercâmbio, aperfeiçoar o inglês e buscar uma melhor formação para poder se destacar no Brasil. Ficar por um bom tempo em outro país acaba sendo atrativo, mas eles deixam claro que voltar para ‘casa’ é a melhor opção.