Pré
intercambistas estão prestes a viver uma nova cultura e a realização de um
sonho.
Na véspera do tão esperado
intercâmbio, eles que são recém-formados, estão de partida para outro país. Uns
vão para dar continuidade nos estudos, sendo uma pós-graduação ou algum curso
que complemente o conhecimento. Já outros vão à procura de emprego, viver numa
cultura diferente e quem sabe até formar uma vida lá fora. Mas, afinal, o que
espera um pré intercambista? Prestes a realizar um sonho, conversamos com
alguns jovens para saber o que eles almejam da tão esperada viagem.
Felippe Passos, 25 anos, acabou de
se formar no curso de Engenharia de Controle e Automação pela UNESP de
Sorocaba. A duas semanas de ficar um ano em Dublin, na Irlanda, Felippe procura
aperfeiçoar o inglês, tentar uma vaga em alguma universidade para realizar sua
pós-graduação e também conciliar um trabalho para um ganho extra. Já
encaminhado, fez contato direto com a escola de inglês e garantiu uma semana de
hospedagem, tempo que considera necessário até arrumar um local efetivo durante
a estadia. Questionado sobre os planos logo que chegar à Irlanda, Felippe
responde: “Meus planos são: pegar a certificação, conseguir um emprego para ter
mais contato com os irlandeses, de forma a fixar bem o conhecimento, tentar uma
vaga na área de engenharia, para conhecer as atividades de uma mesma área,
porém em um país desenvolvido.” E confessa:
“O medo de deixar toda a rotina que
possuo, amigos, familiares e meu relacionamento é o que mais temo, justamente
por estar acostumado a tudo isso e por me fazer muito bem. Além disso, tem toda
a questão da adaptação, dos costumes completamente diferentes, condições
climáticas, mas, por outro lado, tudo isso acaba vindo como motivação para
lutar muito e aproveitar ao máximo todas as oportunidades que tiver na Irlanda.”
O que para alguns é euforia, para
outros já acabou virando uma ‘rotina’. Aos 27 anos e prestes ao seu 4°
intercâmbio, Rodolfo Diniz, também formado em Engenharia de Controle e
Automação, se prepara para passar pelos menos cinco meses entre França e
Luxemburgo. Indo por intermédio de uma
multinacional na qual trabalha, Rodolfo já tem as hospedagens garantidas.
“Quero melhorar as minhas habilidades no meu ramo de trabalho, meus idiomas
(francês, inglês e alemão) e aprender mais sobre a cultura européia.” – frisa ele.
Partindo para outro continente,
Vinicius Dadalto, 23 anos, passará apena três meses em Sheridan, estado de
Wyoming, noroeste dos EUA. “Por ser um tempo curto, acredito que não terei
muito problema com a distância a respeito de meus amigos e familiares. Estou
muito empolgado com a ideia de conhecer outro país, então mal posso esperar.”
Vinicius está indo pelo programa Work and Travel para trabalhar numa rede de
fast-food como crew member. Fez contato direto com o contratatante, porém o modelo
de intercâmbio que irá fazer exige a intermediação de uma agência
especializada.
O Canadá também tem seus atrativos
para os intercambistas. Prestes a passar seis meses em London, no Canadá,
Marcos Paulo, 26 anos, pretende aperfeiçoar seu inglês e trabalhar durante o
período noturno em restaurantes. Formado em engenharia ambiental, Marcos irá
por intermédio de uma agência de intercâmbios e se hospedará na casa de um
amigo que vive na cidade há oito anos.
Já há nove meses em Fayetteville,
no estado do Arkansas - EUA, Eduardo Felipe, de 21 anos, já se considera um
quase americano.
“Eu moro dentro do campus, então estou perto de tudo dentro da
universidade e das principais ruas da cidade, ando muito e quando preciso ir
para shopping, supermercado ou outros lugares vou de ônibus, aqui é de graça.”
Eduardo foi pelo programa Ciências sem Fronteiras, projeto do conjunto dos
Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da
Educação (MEC), que busca promover a consolidação, expansão e
internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade
brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. Prestes a
voltar ao Brasil, ele hoje sente seu inglês bem mais fluente, conseguindo se
comunicar perfeitamente com os americanos e também fala sobre o método de
ensino dos americanos: “Acho o método deles muito mais prático e menos
burocrático que o nosso no Brasil, pelo menos em Ciência da Computação.” E
complementa: “Também acho que para o meu currículo vai ser muito importante quando
alguém olhar que estudei por um ano em uma universidade americana”.
O que se pode perceber é que todos os jovens acabam
buscando o mesmo foco no intercâmbio, aperfeiçoar o inglês e buscar uma melhor
formação para poder se destacar no Brasil. Ficar por um bom tempo em outro país
acaba sendo atrativo, mas eles deixam claro que voltar para ‘casa’ é a melhor
opção.