Assumo que sempre fui o tipo de
pessoa com auto estima baixa e sempre precisava de aprovação para poder me
sentir aceito ou até ‘desejado’ pela sociedade. Tenho um grupo de amigas que considero
meu júri, por serem diferentes umas das outras, descoladas, sociáveis e
populares pelo meu olhar, as admiro e sempre antes de qualquer atitude, leia-se
postagens, questiono se devo ou não.
Por que postar uma selfie?
Após indicar para uma amiga o
livro ‘Desapegue-se’ da autora Célia Regina Rodrigues de Lima, aliás indico
para todos que se sentem aprisionados por algo que lhe faz mal, refletimos qual
a nossa intenção ao postar uma selfie. E foi a mesma conclusão, não importa
quantas curtidas haverá, a intenção é sempre atingir unicamente um alvo. E
enquanto esse alvo não curtir ou comentar, não sossegamos e até preferimos
correr o risco de postar uma foto fazendo bicos, poses, caras e bananeiras para
chamar a atenção de qualquer forma. Nós nos apegamos numa atitude que acaba não
sendo de fato uma atitude da própria personalidade e sim criada para aquele
momento de impressionar algo ou alguém que de fato com o tempo acaba sendo
esquecido.
Não sei você caro leitor, mas eu
tenho vontade de cavar um buraco tão fundo quanto a vergonha que sinto de mim
mesmo, ao ver lembranças e resgate de postagens do passado que alguns
aplicativos ou até mesmo uma rede social nos permite. São tantas piadas,
brincadeiras, fotos e um grande certificado de: Você queimou o seu filme meu
camarada, que me fez ficar um tempo longe da rede, uma espécie de pequena
reabilitação.
E por que todo esse desabafo,
reflexão ou como queira chamar? Não que devamos nos preocupar com a opinião dos
outros, jamais, mas vamos refletir juntos; até onde isso irá te prejudicar?
Você publica uma brincadeira em
sua rede social, onde há em torno de mil contatos, entre eles amigos, contatos
profissionais e pessoas que você apenas conhece. Essa brincadeira, seus amigos
irão entender, por conhecer o seu jeito de ser e lidar com a vida. Já os
contatos profissionais irão questionar o porquê você postou aquilo, fazendo com
que sua imagem profissional não seja levada a sério. E o pior de todos, na
minha opinião são os conhecidos. Eles não sabem da sua personalidade, do seu
senso de humor, da sua responsabilidade e rotina. Eles irão criar, sim, serão
criadores da sua ‘falsa personalidade’, o que fará de você um tremendo idiota.
Após isso, não importa o quão inteligente será sua postagem ou quão relevante,
a sua imagem de idiota já está criada e eles não levarão a sério. Isso se eles
ainda não cancelaram a sua assinatura. Querer estar em evidência traz riscos à
sua imagem.
Há o lado bom, por incrível que
pareça! Já ganhei presentes, bolo, chocolates e até convites para me sentar
numa mesa de bar apenas para conversar e poder dar boas risadas. Isso de
pessoas que não convivem comigo e apenas me conhecem pela imagem virtual.
Confesso que me preocupo muito mais com essas pessoas. Mas enfim, frisando, quando
você não é famoso, não tem uma imagem fixa, você tem que tomar cuidado para não
se prejudicar. Não sou Miss, Mister ou qualquer famoso clichê, mas uso a famosa
frase da raposa em O Pequeno Príncipe, ‘Tu te tornas responsável por aquilo que
cativas’.
Enfim, Feliz Ano novo!
Para 2016 desejo que se você
gostar, curta ou compartilhe. Se não gostar, poste apenas 140 caracteres. Se
quiser um desabafo, faça um textão num blog. Que você crie um vídeo de 15
segundos, poste uma selfie que atinja apenas você mesmo. Viva vários memes e
claro, além dessa vida, possa viver um mundo real e cheio de desapegos.