Sai
do Brasil com quase 30º de temperatura e cheguei a Dublin com apenas 7º, então,
minha primeira impressão foi o vento extremamente gelado que senti logo que se
abriu a porta automática do aeroporto. Um amigo me esperava no desembarque, o
que facilitou para mim, pelo fato dele morar aqui há algum tempo.
Fomos
pegar um taxi com destino a meu novo lar e a nova cultura me causou estranheza,
pois ao nos encaminharmos para entrar no taxi, me assustei e pensei: “Ué, é ele
quem vai dirigir?”. Sim, a famosa “mão-inglesa” foi o meu primeiro choque
cultural, acompanhado pelo transito, pois ao andar pelas ruas meu maior medo
ainda é ser atropelado, pois, por hábito eu sempre olhava para um único lado da
rua e ainda não perdi esse costume, mas já comecei a mudar e olhar para ambos
os lados.
Minha primeira noite em Dublin
não poderia ser diferente, fui conhecer a vida noturna da cidade em uma famosa
casa chamada Diceys, era semana de Halloween e de última hora tive que criar uma
fantasia, pois toda a galera iria fantasiada, eu claro, não queria me sentir um
peixe fora d’agua.
Chegamos à balada e somente nós
estávamos fantasiados e já que estávamos no inferno, abraçamos o capeta.
Ficamos fantasiados até o fim.
Uma
curiosidade sobre o Halloween, e que eu não sabia, é que surgiu na Irlanda e
que os E.U.A adotaram. Não pesquisei em fontes seguras e não vem ao caso, mas é
o que geral diz por aqui. Eles realmente levam o Halloween a sério, e no dia
31, pensei que mais uma vez iria me fantasiar e ser um dos únicos que novamente
pagaria mico, mas dessa vez foi diferente. Muitos moradores saem às ruas
fantasiados e às 18h as crianças começam a bater de porta em porta pedindo
doces. Aqui presenciei cenas que só tinha visto em filmes.
Algo
interessante, e de importante conhecimento de todos, é que por aqui não se pode
beber nas ruas. Você até vê pessoas abusando da sorte e carregando bebidas
escondidas, mas se a GARDA pegar, rola um BO. (PS. Não falei GUARDA em caipira
não, aqui é GARDA mesmo).
São tantas coisas para contar
aqui, mas para finalizar essa postagem, não posso deixar de comentar a
gentileza e simpatia que alguns Irish têm com o próximo. Como disse no post
anterior, fiz um freela de uma semana na Academia de Letras aqui da Irlanda e meu
inglês é básico, consigo entender algumas coisas ditas bem devagar, e chegou
uma mulher falando inglês misturado com o Irlandês e não entendi nada com nada,
só fiz uma cara de pânico e disse: “Desculpe-me, mas não entendo o que você me
diz”. A mulher fez uma cara de desespero, me pediu desculpas mais de 10 vezes e
ficou toda desconcertada. Eu morri de dó dela, pela atitude imediata de
arrependimento que teve. Não passou 5 minutos e a mesma voltou com as mãos
cheias de bombons, colocou sobre a mesa que eu estava trabalhando e disse: “Chocolates
for you” (Chocolates para você), e mais uma vez ‘Sorry’ (Desculpe). Então
brasileiros, fica esta dica: Trate bem seus estagiários.