quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Primeiras Impressões

Sai do Brasil com quase 30º de temperatura e cheguei a Dublin com apenas 7º, então, minha primeira impressão foi o vento extremamente gelado que senti logo que se abriu a porta automática do aeroporto. Um amigo me esperava no desembarque, o que facilitou para mim, pelo fato dele morar aqui há algum tempo.

Fomos pegar um taxi com destino a meu novo lar e a nova cultura me causou estranheza, pois ao nos encaminharmos para entrar no taxi, me assustei e pensei: “Ué, é ele quem vai dirigir?”. Sim, a famosa “mão-inglesa” foi o meu primeiro choque cultural, acompanhado pelo transito, pois ao andar pelas ruas meu maior medo ainda é ser atropelado, pois, por hábito eu sempre olhava para um único lado da rua e ainda não perdi esse costume, mas já comecei a mudar e olhar para ambos os lados.  

Minha primeira noite em Dublin não poderia ser diferente, fui conhecer a vida noturna da cidade em uma famosa casa chamada Diceys, era semana de Halloween e de última hora tive que criar uma fantasia, pois toda a galera iria fantasiada, eu claro, não queria me sentir um peixe fora d’agua.
Chegamos à balada e somente nós estávamos fantasiados e já que estávamos no inferno, abraçamos o capeta. Ficamos fantasiados até o fim.

Uma curiosidade sobre o Halloween, e que eu não sabia, é que surgiu na Irlanda e que os E.U.A adotaram. Não pesquisei em fontes seguras e não vem ao caso, mas é o que geral diz por aqui. Eles realmente levam o Halloween a sério, e no dia 31, pensei que mais uma vez iria me fantasiar e ser um dos únicos que novamente pagaria mico, mas dessa vez foi diferente. Muitos moradores saem às ruas fantasiados e às 18h as crianças começam a bater de porta em porta pedindo doces. Aqui presenciei cenas que só tinha visto em filmes.



Algo interessante, e de importante conhecimento de todos, é que por aqui não se pode beber nas ruas. Você até vê pessoas abusando da sorte e carregando bebidas escondidas, mas se a GARDA pegar, rola um BO. (PS. Não falei GUARDA em caipira não, aqui é GARDA mesmo).
São tantas coisas para contar aqui, mas para finalizar essa postagem, não posso deixar de comentar a gentileza e simpatia que alguns Irish têm com o próximo. Como disse no post anterior, fiz um freela de uma semana na Academia de Letras aqui da Irlanda e meu inglês é básico, consigo entender algumas coisas ditas bem devagar, e chegou uma mulher falando inglês misturado com o Irlandês e não entendi nada com nada, só fiz uma cara de pânico e disse: “Desculpe-me, mas não entendo o que você me diz”. A mulher fez uma cara de desespero, me pediu desculpas mais de 10 vezes e ficou toda desconcertada. Eu morri de dó dela, pela atitude imediata de arrependimento que teve. Não passou 5 minutos e a mesma voltou com as mãos cheias de bombons, colocou sobre a mesa que eu estava trabalhando e disse: “Chocolates for you” (Chocolates para você), e mais uma vez ‘Sorry’ (Desculpe). Então brasileiros, fica esta dica: Trate bem seus estagiários.






segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O Translado

Quando me perguntarem: E aí, Jean, como é sair do seu país? Logo de cara  direi que não me levem em consideração.
Sei que sou parte de uma minoria privilegiada que tem a possibilidade de morar em outro país e essa experiência esta sendo incrível...
Para mim, o intercâmbio começou antes mesmo de sair do Brasil, quando entrei no Free Shop, do aeroporto de Guarulhos. Qualquer consumista que se preze passará por essa situação, pois se estiver indo pra Europa e não estiver com Dólar não vai conseguir gastar nada. E como eu não tinha, nem ao menos UM dólar, consegui não gastar nada. Para minha sorte havia bebedouro e a água era de graça apesar da crise.


Minha conexão foi em Londres e uma dica SUPERIMPORTANTE é que NUNCA NA SUA VIDA FAÇA UM VOO COM MENOS DE 03H PARA CONEXÃO – Frisa isso! Minha conexão era de apenas 1h50, desci no aeroporto de Heathrow, no terminal 5 e teria que ir até o terminal 2 para pegar o voo até Dublin. É unanime! Todas as pessoas que já passaram por lá, disseram que jamais daria tempo. Realmente não deu e perdi meu voo. O que me fez acreditar um pouco mais nas pessoas, porém nem tanto.
Um dos meus maiores medos era encarar o aeroporto, primeiro pelo fato do meu inglês não ser bom, aliás, nada bom. Mas detalhes a parte, as pessoas tem o dom de aterrorizarem e me diziam que o aeroporto era enorme, que dentro dele havia metrô e ônibus para se locomover de um terminal para o outro e “os cambaus a quatro”.


Pensava comigo que iria me sentar e chorar no aeroporto, me via como naquele filme ‘O Terminal’, mas no fim não foi nada disso. Orientaram-me a seguir a placa de cor purpura (roxa para mim), e lá fui eu seguindo a tal cor de purpura.
Peguei o ônibus – que por sinal, não é pago - e cheguei ao terminal 2 sem nenhum transtorno. E por isso eu digo; não acreditem no terror que as pessoas fazem, elas têm certas tendências em serem pessimistas.
Só perdi o voo devido ao curto espaço do tempo de conexão, até porque passar no raio-X, detector de metal, na imigração, brincar de imagem-ação com o rapaz da imigração (pois não entendi nada no que ele dizia), fazer o olhar de tadinho e ser liberado para pegar meu voo, foram exatamente 1h50. Por mais 20 minutos, eu não teria perdido o voo, mas apesar disso, foi tranquilo.
Outra dica para quem tem um país de destino, mas irá fazer conexão como eu, pesquise a moeda e compre um valor que ao menos dê para comprar uma água e se alimentar. Como marinheiro de primeira viagem apenas trouxe Euro, moeda de Dublin e em Londres a moeda é Libra. Morrendo de sede fui atrás de um bebedouro, mas nenhum funcionava, resumindo: passei sede. Por sorte não demorou muito e finalmente consegui embarcar com destino a Dublin.

Não precisei ficar em acomodação, logo de cara instalei-me num apartamento super confortável e na segunda semana, através da indicação de uma amiga, fiz um freela que garantiu metade do aluguel do primeiro mês. Se foi sorte ou destino eu não sei, só sei que continuo acreditando na mitologia do trevinho, símbolo da Irlanda.