segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O Translado

Quando me perguntarem: E aí, Jean, como é sair do seu país? Logo de cara  direi que não me levem em consideração.
Sei que sou parte de uma minoria privilegiada que tem a possibilidade de morar em outro país e essa experiência esta sendo incrível...
Para mim, o intercâmbio começou antes mesmo de sair do Brasil, quando entrei no Free Shop, do aeroporto de Guarulhos. Qualquer consumista que se preze passará por essa situação, pois se estiver indo pra Europa e não estiver com Dólar não vai conseguir gastar nada. E como eu não tinha, nem ao menos UM dólar, consegui não gastar nada. Para minha sorte havia bebedouro e a água era de graça apesar da crise.


Minha conexão foi em Londres e uma dica SUPERIMPORTANTE é que NUNCA NA SUA VIDA FAÇA UM VOO COM MENOS DE 03H PARA CONEXÃO – Frisa isso! Minha conexão era de apenas 1h50, desci no aeroporto de Heathrow, no terminal 5 e teria que ir até o terminal 2 para pegar o voo até Dublin. É unanime! Todas as pessoas que já passaram por lá, disseram que jamais daria tempo. Realmente não deu e perdi meu voo. O que me fez acreditar um pouco mais nas pessoas, porém nem tanto.
Um dos meus maiores medos era encarar o aeroporto, primeiro pelo fato do meu inglês não ser bom, aliás, nada bom. Mas detalhes a parte, as pessoas tem o dom de aterrorizarem e me diziam que o aeroporto era enorme, que dentro dele havia metrô e ônibus para se locomover de um terminal para o outro e “os cambaus a quatro”.


Pensava comigo que iria me sentar e chorar no aeroporto, me via como naquele filme ‘O Terminal’, mas no fim não foi nada disso. Orientaram-me a seguir a placa de cor purpura (roxa para mim), e lá fui eu seguindo a tal cor de purpura.
Peguei o ônibus – que por sinal, não é pago - e cheguei ao terminal 2 sem nenhum transtorno. E por isso eu digo; não acreditem no terror que as pessoas fazem, elas têm certas tendências em serem pessimistas.
Só perdi o voo devido ao curto espaço do tempo de conexão, até porque passar no raio-X, detector de metal, na imigração, brincar de imagem-ação com o rapaz da imigração (pois não entendi nada no que ele dizia), fazer o olhar de tadinho e ser liberado para pegar meu voo, foram exatamente 1h50. Por mais 20 minutos, eu não teria perdido o voo, mas apesar disso, foi tranquilo.
Outra dica para quem tem um país de destino, mas irá fazer conexão como eu, pesquise a moeda e compre um valor que ao menos dê para comprar uma água e se alimentar. Como marinheiro de primeira viagem apenas trouxe Euro, moeda de Dublin e em Londres a moeda é Libra. Morrendo de sede fui atrás de um bebedouro, mas nenhum funcionava, resumindo: passei sede. Por sorte não demorou muito e finalmente consegui embarcar com destino a Dublin.

Não precisei ficar em acomodação, logo de cara instalei-me num apartamento super confortável e na segunda semana, através da indicação de uma amiga, fiz um freela que garantiu metade do aluguel do primeiro mês. Se foi sorte ou destino eu não sei, só sei que continuo acreditando na mitologia do trevinho, símbolo da Irlanda.

Um comentário:

  1. Li e parece que voce esta na minha frente contando, quero saber das proximas aventuras,sobre lugares que as revistas não falam, risos... continua...

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